Após meses em baixa, a confiança do comerciante brasileiro apresentou reação. Em junho, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), pesquisa mensal realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostrou crescimento de 12,2% em comparação a maio, atingindo 98,4 pontos e encerrando um período de cinco quedas seguidas. O estudo mostra que a avaliação positiva reflete, principalmente, a percepção de que as condições gerais da economia estão mais favoráveis.
De acordo com o levantamento, entre os fatores que ajudam a contribuir para essa avaliação está o incremento gradual nas vendas do varejo. “A retomada vem se desenhando com a desaceleração das medidas restritivas, o que aumenta a confiança do setor, mas a continuação de crescimento do otimismo depende, diretamente, do avanço na imunização no País. Há, ainda, a complementariedade de fatores como o auxílio emergencial, que vem desafogando as famílias”, avalia José Roberto Tadros, presidente da CNC.
Em junho, excetuando-se o componente Intenção de Investimentos em estoque, que caiu 0,2%, os outros subindicadores que formam o Icec revelaram alta, com destaque para a melhora acentuada das Condições Atuais (19,3%), principalmente por conta da percepção de melhora da economia (29,3%). Na comparação anual, o aumento foi de 47,6%. O índice, no entanto, mantém-se abaixo da zona de satisfação (100 pontos).
Antonio Everton, economista da CNC responsável pelo estudo, explica que a avaliação específica das companhias de menor porte (até 50 empregados) contribuiu para a melhora do Icec este mês. “A percepção de recuperação e melhora, agora, tende a beneficiar também as micro e pequenas empresas, uma vez que mais pessoas estão circulando nas ruas e a vacinação segue pelo País. As grandes organizações avaliam a conjuntura sob outras perspectivas e têm, naturalmente, mais resiliência para momentos de crise”, finaliza.