Dados apurados pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) mostram que, em setembro, as vendas de cimento seguiram em curva de desaceleração. A leve melhora na demanda do insumo pelas obras de infraestrutura, continuidade das obras e vendas imobiliárias são as principais razões e vetores de consumo do produto.
No mês, o volume de vendas do produto totalizou 5,7 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 1,6% em relação ao mesmo mês de 2020. Com esse resultado, o acumulado de janeiro a setembro registrou um total de 49,2 milhões de toneladas vendidas, uma alta de 9,7% comparado ao mesmo período do ano passado. De acordo com o estudo, o desempenho da indústria registrou uma perda de 1,7 p.p. em relação a agosto, reduzindo ganhos de 11,4% para 9,7%, ou seja, queda de 14,9%.
Na análise por dia útil em setembro, foram comercializadas 247,7 mil toneladas, um crescimento de 1,4% sobre agosto deste ano e queda de 2 % em relação ao mesmo mês do ano passado.
Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC, observa que os principais indicadores de vendas de material de construção, particularmente do cimento, continuam desacelerando em virtude da menor renda da população e crescente endividamento das famílias, alto nível de desemprego, diminuição do auxílio emergencial e elevação das taxas de juros e inflação. "O aumento dos lançamentos imobiliários sustenta o desempenho do setor de cimento, mas impõe cautela para o futuro. É fundamental que haja geração de renda e emprego para manter o fôlego da autoconstrução, continuidade dos lançamentos imobiliários e manutenção ritmo de obras para permanecermos com um alto nível de vendas de cimento. A infraestrutura que pode ser um grande indutor do consumo de cimento, ainda permanece com um desempenho abaixo do necessário", finaliza.