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Confiança industrial segue elevada



O Índice de Confiança da Indústria (ICI), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), caiu 1,2 ponto em outubro, para 105,2 pontos, o que representa o terceiro mês consecutivo de queda após quatro meses de altas. Em médias móveis trimestrais, manteve a tendência negativa ao cair 1,1 ponto.
Claudia Perdigão, economista da entidade, explica que, embora a confiança esteja em nível elevado e acima dos níveis pré-pandemia, o otimismo quanto à situação futura do segmento industrial para os próximos meses retornou para o nível próximo do considerado neutro, indicando a expectativa de manutenção do cenário atual. “Essa avaliação ocorre em meio a pressões de custos, desemprego elevado, instabilidades econômicas e institucionais persistentes, tornando a conjuntura futura mais incerta e menos favorável a planos de expansão da produção”, comenta.
De acordo com o estudo, o resultado do mês é influenciado por uma redução do otimismo considerando tanto a situação atual quanto as perspectivas para os próximos meses. O Índice Situação Atual (ISA) cedeu 0,9 ponto, para 108,3 pontos, menor valor desde setembro de 2020 (107,3 pontos). O Índice de Expectativas (IE) retraiu 1,7 ponto para 101,9 pontos, menor patamar desde maio desse ano (99 pontos).
Entre os quesitos que compõem o ISA, houve melhora da situação atual dos negócios cujo indicador subiu 3,1 pontos, para 106,2 pontos recuperando 1/3 das perdas sofridas nos últimos três meses. O indicador que mede a demanda total, por sua vez, continuou em queda pelo quarto mês consecutivo ao diminuir 1,0 ponto para 106,6 pontos, enquanto o nível de estoques apresentou queda de 4,8 pontos, para 111,2 pontos.
Dos indicadores que integram o IE, a tendência dos negócios para os próximos seis meses foi o que mais influenciou na queda do ICI em outubro, ao cair 3,4 pontos para 99,3 pontos, menor nível desde setembro de 2020 (96,5 pontos). A produção prevista para os próximos três meses voltou a registrar queda variando -1,3 ponto para 98,4 pontos. Nesse cenário, as intenções de contratações seguiram estáveis com o indicador de emprego previsto mantendo o valor registrado em setembro (108,1).
A pesquisa mostra, ainda, que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada subiu 1,1 ponto percentual, para 81,3%, maior valor desde novembro de 2014.