Dados apurados pelo Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC) mostram que, em outubro, o volume de vendas de cimento totalizou 5,4 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 9,5% em relação ao mesmo mês de 2020. Apesar do recuo, no acumulado do ano, os números permanecem positivos, alcançando 54,6 milhões de toneladas, aumento de 7,5% comparado ao mesmo período do ano passado.
A performance da indústria vem demonstrando uma trajetória descendente desde abril, quando o acumulado do ano atingiu o pico com 20,8%. Ao se analisar a venda de cimento por dia útil, 237,3 mil toneladas em outubro, a queda é de 4,2% comparada com a setembro - demonstrando que o período de maior crescimento no ano ficou para trás.
Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC, observa que o desempenho do mercado imobiliário, a melhora nos índices de confiança do consumidor e do empresariado e, ainda que pequena e lenta e a recuperação do mercado de trabalho sustentaram as vendas do setor. Em contrapartida, a queda da atividade industrial, as altas da inflação e dos juros somadas a perda da massa salarial (elevado desemprego e a diminuição na renda) e fraco desempenho das lojas de material de construção afetaram de modo significativo a indústria do cimento.
Segundo ele, apesar dos lançamentos e obras imobiliárias se manterem em elevado patamar, as vendas de cimento vêm arrefecendo nos últimos meses. “O grande volume chuvas em outubro também contribuiu negativamente no desempenho do mês, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. A preocupação da indústria do cimento continua relacionada ao alto endividamento - a maior da série histórica iniciada em 2005 - e a queda na renda do brasileiro, além dos conhecidos gargalos e o aumento dos preços dos commodities industriais como coque, energia elétrica, frete, sacaria e refratários”, finaliza.