A produtividade do trabalho na indústria no terceiro trimestre retornou ao patamar do mesmo período do ano passado, momento mais grave para economia da crise causada pela pandemia de Covid-19. O indicador que mede a relação entre o volume produzido e as horas trabalhadas na produção caiu 1,3% em relação ao segundo trimestre, na série livre de efeitos sazonais, mostra o estudo Produtividade na Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A pesquisa revela que o volume produzido no terceiro trimestre recuou 1,9% em relação ao segundo trimestre. Já as horas trabalhadas caíram 0,6% na mesma base de comparação. O estudo indica que a produtividade está em queda desde o último trimestre de 2020. Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, a retração acumulada chega a 7,6%.
Samantha Cunha, gerente de política industrial da CNI, explica que as quedas consecutivas refletem o ambiente de elevadas incertezas, prejudicial ao investimento e, consequentemente, à recuperação da produtividade. Segundo ela, no curto prazo, pesam dificuldades como a falta de insumos e a pressão sobre os custos de produção.
De acordo com o levantamento, 2021 será o segundo ano consecutivo de recuo da produtividade, que deve desacelerar mais de 2%. A maior queda registrada pelo indicador desde o início da série histórica, em 2000, foi de 2,2%, em 2008, ano marcado pela crise financeira global.
Apesar do cenário desafiador para os próximos meses, a perspectiva é de melhora no longo prazo, devido às oportunidades ligadas à digitalização e a transição para uma economia mais sustentável.