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Confiança do comércio volta a subir



Depois de três quedas mensais seguidas, os comerciantes voltaram a apresentar otimismo no fechamento do ano. Segundo o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o indicador apresentou alta de 0,3% em dezembro, acumulando elevação de 10,9% em 2021.
Na série dessazonalizada, o Icec atingiu 120,3 pontos e permaneceu dentro da zona de satisfação (acima dos 100 pontos), nível próximo ao registrado em abril de 2020 (120,7), período do início da pandemia de Covid-19. A elevação, no entanto, não conseguiu compensar a queda de 13,2% verificada no ano passado.
José Roberto Tadros, presidente da CNC, lembra que, este ano, o índice apresentou queda em oito dos 12 meses, refletindo a oscilação da confiança empresarial em conformidade com a performance do mercado. “Foram dois períodos prolongados de diminuição: os primeiros cinco meses e depois o trimestre de setembro a novembro. A terceira onda da pandemia; dólar e preços altos; juros crescentes; baixa capacidade de reação do mercado de trabalho e expectativas com o novo programa de transferência de renda se encaixam no quadro de incertezas que influenciaram o cenário”, observa Tadros.
O estudo aponta que entre os três componentes do Icec, apenas Condições Atuais do Empresário do Comércio apresentou redução, de 2,3%, puxado para baixo pelo subíndice Economia, que registrou queda de 5,1%. Já Intenções de Investimento cresceu 1,4%; e Expectativas do Empresário do Comércio, 1,2%.
Antonio Everton, economista da CNC responsável pela pesquisa, avalia que o crescimento da confiança em dezembro pode estar relacionado às expectativas de consumo nas festas de fim de ano. No entanto, os números do levantamento e o baixo percentual de aumento do Icec mostram prudência do planejamento empresarial. “Apesar das perspectivas de que boa parte do 13º salário seja direcionado para o consumo, é importante considerar que as famílias estão bem endividadas e, simultaneamente, as pressões sobre custos de produção do setor, como energia elétrica, fretes, produtos mais caros e o recente aumento dos juros requerem atenção, sobretudo, para a gestão dos estoques”, alerta o economista.