A Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) acaba de divulgar os resultados do seu Termômetro mensal. A pesquisa, realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), aponta melhora na percepção dos varejistas em um comportamento típico sazonal. Após três meses sucessivos de queda, o indicador-síntese referente às vendas do mês corrente voltou a subir, chegando a 105 (o nível 100 indica neutralidade e, acima deste, otimismo).
Esse movimento, segundo o estudo, foi resultado tanto do avanço das assinalações de alta nas vendas, que passaram de 20% em outubro para 33% em novembro, quando do recuo das indicações de queda, que foram de 33% para 28% no mesmo período.
Na avaliação da entidade, apesar de favorável e típico dos meses finais do ano, esse movimento de melhora ainda é tímido se comparado a novembro de 2020. O levantamento mostra que, nessa base de comparação, o resultado de novembro, relativo às vendas correntes se situou 10,3% abaixo de igual período do ano anterior, quando o indicador atingiu a marca de 117.
De acordo com a pesquisa, o avanço nas assinalações de crescimento das vendas no mês corrente foi observado em todas as regiões do País, com destaque para o Nordeste (avanço de 21 pontos percentuais sobre mês anterior).
A percepção otimista foi verificada em todos os portes de lojas (por número de empregados), tendo sido expressivo no pequeno varejo (até quatro funcionários), categoria na qual as assinalações de alta nas vendas correntes passaram de 19% para 42% e ainda mais intenso nos home centers (mais de 99 colaboradores) onde as indicações de alta nas vendas avançaram de 15% para 52% no mesmo período.O levantamento mostra, ainda, que outro elemento sazonal típico se refere às expectativas para as vendas nos próximos três meses (dezembro a fevereiro). Na comparação com outubro, as assinalações de alta recuaram 10 pontos percentuais, mas superaram o nível registrado em novembro de 2020 em dois pontos percentuais. Com esse resultado, o indicador de percepção do varejo para os próximos três meses teve queda de 20 pontos percentuais frente a outubro, mas permaneceu no campo otimista (acima de 100), chegando, em novembro, a 108, nível 4,9% superior a igual mês de 2020. Em todas as regiões do País as assinalações de alta, apesar da queda sazonal, superaram as de queda nos meses à frente.
No que se refere às expectativas quanto às ações do governo nos próximos meses houve recuo tanto no percentual de assinalações otimistas quanto nas pessimistas. Entre outubro e novembro, a parcela de revendedores otimistas caiu de 49% para 47%, enquanto a de pessimistas passou de 21% para 19%. Com isso, o diferencial entre essas assinalações permaneceu estável no período em 28 pontos percentuais. Vale destacar que o percentual de assinalações otimistas em novembro foi o segundo pior da série do Termômetro Anamaco, perdendo apenas para o observado em fevereiro deste ano (37%).
Regionalmente, a queda nas expectativas otimistas foi registrada em todo o País, tendo sido mais expressiva no Centro-Oeste (seis pontos percentuais frente ao mês anterior). A Região mais confiante em novembro foi o Norte, com 59% de respostas otimistas quanto à ação do governo esperada para os próximos meses.