De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados hoje (29 de abril) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação foi estimada em 11,1% no trimestre encerrado em março, ficando estável frente ao trimestre anterior.
Também houve estabilidade no número de desempregados, que totalizou 11,9 milhões de pessoas. A taxa de desocupação é a menor para um trimestre encerrado em março desde 2016, quando também foi de 11,1%. Já a população ocupada - cerca de 95,3 milhões - retraiu 5% na mesma comparação, o que significa 472 mil pessoas a menos no mercado de trabalho.
Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, explica que a estabilidade na desocupação é explicada pelo fato de não haver crescimento na busca por trabalho no trimestre. O cenário é diferente daquele apresentado nos outros trimestres encerrados em março, quando, pelo efeito da sazonalidade, havia aumento da procura por trabalho. “Se olharmos a desocupação em retrospecto, pela série histórica da pesquisa, podemos notar que, no primeiro trimestre, essa população costuma aumentar devido aos desligamentos que há no início ano. O trimestre encerrado em março se diferiu desses padrões”, afirma.
A pesquisa indica, ainda, que a queda dos trabalhadores por conta própria na comparação com o último trimestre foi de 2,5%, o que representa a saída de 660 mil pessoas dessa categoria. Desse contingente, 475 mil eram trabalhadores sem CNPJ.
Impactada por essa retração, a taxa de informalidade chegou a 40,1%, após redução de 0,6 ponto percentual. O número de informais caiu 1,9%, totalizando 38,2 milhões. A participação dos trabalhadores por conta própria sem CNPJ nesse recuo foi de 64%. Por outro lado, o número de empregadores cresceu 5,7%. São 222 mil pessoas a mais. O trabalho formal respondeu por boa parte desse número: 186 mil desses empregadores tinham CNPJ.
Outra categoria que cresceu, segundo o estudo, foi a dos empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada, que foram estimados em 34,9 milhões de pessoas. Frente ao trimestre encerrado em dezembro, é um aumento de 1,1%, ou de 380 mil pessoas.
Fazendo uma análise por setores, apenas o da construção teve redução no seu contingente de trabalhadores na comparação com o trimestre anterior. O número de empregados desse segmento caiu 3,4%, ou 252 mil pessoas. Os outros setores ficaram estáveis nessa comparação.