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Confiança estável



O consumidor brasileiro continua confiante. É o que demonstra o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), que, mesmo recuando 0,4 ponto em outubro, para 88,6 pontos, mantém, na métrica de médias móveis trimestrais, avanço, desta vez em 3,0 pontos, para 87,1 pontos.
Após quatro meses de alta, a confiança dos consumidores se estabiliza em índice próximo ao período pré-pandemia, mas o resultado apresenta uma mudança de comportamento, com melhora das avaliações sobre o momento atual influenciada pelos consumidores de menor poder aquisitivo e uma revisão das expectativas para os próximos meses dos consumidores com maior poder aquisitivo.
A confiança caiu entre famílias com renda entre R$ 4.800,01 e R$ 9.600,00 e acima de R$ 9.600,01, mas aumentou entre consumidores com renda até R$ 2.100,00 e entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00.
Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens da entidade, avalia que o dado pode ser fruto das transferências de renda, da redução da inflação pelo terceiro mês consecutivo e do crescimento dos postos de trabalho. “Apesar do resultado mais favorável para as classes de renda mais baixa, o endividamento das famílias e as taxas de juros mais elevadas limitam uma recuperação mais robusta”, afirma.
No mês, a acomodação do ICC foi influenciada pela piora das expectativas em relação aos próximos meses. O Índice de Expectativas (IE) recuou 1,5 pontos, para 98,7 pontos, após quatro altas consecutivas, enquanto o Índice de Situação Atual (ISA) subiu 1,2 ponto, para 74,5 pontos, maior nível desde março de 2020 (76,1 pontos), embora ainda baixo em termos históricos.
A pesquisa indica, no entanto, que há percepção de melhora da situação econômica geral. O indicador deste quesito subiu 0,8 ponto, para 83,1 pontos, maior nível desde fevereiro de 2020 (85,5 pontos).
A avaliação sobre a situação financeira da família avançou 1,6 ponto, para 66,5 pontos, nível ainda baixo. Em relação às expectativas com a evolução da situação financeira nos próximos seis meses, cujo indicador recuou 2,7 pontos, para 98,1 pontos, após acumular alta de 19,5 pontos nos quatro meses anteriores. O indicador de otimismo com a situação econômica geral acomodou-se no nível de 115,2 pontos ao recuar 0,2 ponto. Já o indicador de intenção de compra de bens duráveis caiu 1,4 ponto, alcançando 83,0 pontos, próximo ao patamar observado em julho de 2019.