A Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) acabam de divulgar os resultados do Termômetro Anamaco de abril. Os dados, analisados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), mostram, no mês, uma piora na percepção dos varejistas sobre as vendas correntes em relação a março. Mesmo assim, os lojistas se mantiveram otimistas quanto ao faturamento nos próximos meses.
O estudo revela que, em nível nacional, a parcela de revendedores que indicaram crescimento nas vendas retraiu de 29% em março para 18% em abril. Já as indicações de queda passaram de 25% para 39% no mesmo período. Na comparação com abril de 2022 esses percentuais foram: 21% de respostas otimistas e 31% de pessimistas.
Na avaliação do FGV Ibre, essa comparação interanual sugere que, apesar de estarem em linha com o padrão sazonal do mês de abril, tanto as assinalações otimistas quanto as pessimistas estão ligeiramente abaixo do esperado.
Quando a pesquisa faz uma análise regional, as assinalações de alta recuaram em todo o País, sobretudo no Norte, onde o indicador caiu 20 pontos percentuais, passando de 33% para 13% entre março e abril. Em nenhuma das cinco grandes regiões as assinalações de crescimento nas vendas em abril atingiu 20% da amostra.
No outro extremo, as assinalações de queda variaram de 37% no Nordeste a 49% no Norte. A região relativamente menos pessimista foi o Sul, onde o recuo nas vendas correntes foi de 38%.
Em nível nacional, os resultados da edição de abril revelaram que a queda no indicador de vendas do mês não sustentou o movimento de alta registrado nos meses de fevereiro e março, recuando para o nível de 79 pontos, voltando ao campo do pessimismo (abaixo de 100 pontos). Em abril de 2022, esse mesmo indicador havia sido de 90 pontos, confirmando um nível de pessimismo mais forte do que o padrão sazonal do ano passado.
Apesar desse recuo, o indicador de expectativas de vendas nos próximos três meses se manteve elevado, passando de 145 para 153 pontos entre março e abril. Na comparação anual também houve crescimento, pois o indicador de expectativas em abril de 2022 havia sido de 138 pontos.
No recorte por especialidade, os resultados de abril também mostraram recuo generalizado nas assinalações de crescimento das vendas frente ao mês anterior. A parcela de respostas otimistas variou de apenas 10% nas lojas especializadas em material elétrico a 21% nas de material de pintura. As indicações de queda, por sua vez, oscilaram entre 33% nas lojas de material básico e de material elétrico até 49% nas especializadas em material hidráulico e produtos cerâmicos.
Considerando as lojas pelo porte (número de funcionários) o Termômetro também revelou que as pequenas (até nove colaboradores) reduziram menos seu otimismo entre março e abril. Nesse nicho, as assinalações de alta nas vendas correntes passaram de 22% para 19%. Já nos home centers (mais de 99 colaboradores), essa mesma variação foi de 40% em março para 21% em abril. Quanto às expectativas para os próximos três meses, houve ligeira alta das assinalações otimistas frente a março. Nesse período, em nível nacional, as expectativas de crescimento nas vendas passaram de 56% para 60%, enquanto as pessimistas foram de 11% em março para 7% em abril. No mesmo mês 2022, os percentuais de respostas otimistas e pessimistas quanto às vendas futuras haviam sido de 49% e 11%.
Regionalmente, o otimismo quanto às vendas nos próximos três meses foi maior em abril frente a março em todas as regiões, exceto no Sul, localidade em que o indicador oscilou ligeiramente, recuando de 55% para 54%. As regiões com maiores níveis de otimismo quanto ao futuro das vendas foram o Norte (74%) e o Centro-Oeste (70%). Quanto às ações do governo, esperadas para os próximos 12 meses, houve melhora na percepção dos varejistas na passagem entre março e abril. As assinalações otimistas avançaram de 34% para 40%, enquanto as pessimistas permaneceram no patamar de 31%.