Em 2013, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 2,3% em relação ao ano anterior, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na última quinta-feira (27). O setor da construção civil, mais especificamente, ficou estável no último trimestre e terminou 2013 com um crescimento de 1,9% frente a 2012.
Com isso, pela primeira vez desde 2010, o PIB do setor cresceu menos do que o índice nacional. De acordo com o presidente do Sindicato da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Luiz Fernando Pires, a inflação, o aumento das taxas de juros e os entraves burocráticos foram os principais vilões da construção civil em 2013.
“O baixo nível de investimento está sacrificando a competitividade e o crescimento de nossas empresas”, afirma Pires. Apesar de ter crescido em 2013, a relação investimento/PIB do Brasil, atualmente em 18,4%, ainda está em um patamar muito inferior ao de países também considerados em desenvolvimento como China, Índia e México.
O presidente da entidade ainda complementa que para a construção civil crescer mais em 2014 será necessário a adoção de medidas estruturantes, como a reforma tributária. “Também precisamos reduzir o patamar da inflação e os juros ao setor produtivo para estimular o investimento. Só assim, poderemos consolidar nosso crescimento nos próximos anos”, ressalta Pires.
Em nota divulgada no site, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) afirmou que o crescimento da construção civil em 2013 ficou abaixo das expectativas. “A previsão era de que a construção apresentasse um resultado melhor (de recuperação) no último trimestre de 2013, se aproximando do resultado nacional”, diz o comunicado.
Vale lembrar no final de 2012, os analistas acreditavam na recuperação o crescimento do mercado imobiliário e o fortalecimento dos investimentos em infraestrutura. Na ocasião, a aposta era que o crescimento setorial e a alta do PIB do país teriam resultados parecidos, com taxa de 3,5% a 4%. Porém, já em dezembro de 2013, as expectativas do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) acreditavam que o PIB da construção cresceria apenas em 2%.