Além de propor o desenvolvimento urbano em pequenos núcleos, bairros planejados fomentam uma organização interna capaz de proporcionar a maior participação dos moradores nas decisões relacionadas a infraestrutura e segurança. Essa participação é feita por meio das associações de moradores e têm importância determinante na gestão efetiva de recursos e, em alguns casos, até na criação de um plano diretor interno.
Cada vez mais, a dinâmica das cidades tem conduzido o adensamento para áreas multifuncionais. "A relação do morador com o espaço onde vive precisa mudar. Os espaços de atividades monofuncionais, como os comerciais, ficam vazios por pelo menos um período do dia, o que provoca uma sensação de insegurança", argumenta o presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Claudio Bernardes.
Múltiplos
Justamente para evitar esse efeito, os bairros planejados aliam atividades comerciais e moradia em espaços próximos. Portões e grades não são incentivados em alguns bairros planejados. A ideia é que o morador tenha um contato mais próximo com a calçada e com a rua.
Bernardes ressalta que "é importante não distorcer o conceito". Bairros planejados não são condomínios fechados, portanto há uma característica diferenciada, de espaços abertos. "Há mais gente na rua, um sistema de vigilância próprio, os edifícios são construídos próximos à rua propositalmente, provocando uma interação direta com a calçada e com a rua."
O documento prevê que o morador contribua obrigatoriamente todos os meses com a associação. A verba é destinada à manutenção, segurança interna, paisagismo, pavimentação, limpeza e educação ambiental.
"A autogestão melhora a qualidade do bairro e valoriza os imóveis. É um círculo virtuoso. O morador adquire protagonismo em relação ao espaço onde vive e se orgulha muito disso", garante Marcelo Willer.
Da Redação, original O Estado de S. Paulo.