A terceira fase do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV 3) terá volume substancioso de unidades habitacionais, acreditam entidades representativas do setor da construção. A indústria aguarda o anúncio oficial do programa para breve - previsto inicialmente para o dia 29 de maio, mas adiado para junho.
"Nossa percepção é que o MCMV tornou-se um programa de Estado, deixando de ser um programa de governo, de modo que a partir de agora é difícil acabar. Obviamente que deve passar por aprimoramentos, nos requisitos e na qualidade dos projetos", apontou Felipe Cavalcante, presidente da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (Adit), em entrevista concedida após painel do Adit Invest, evento organizado pela entidade.
Na opinião de Cavalcante, o volume a ser anunciado deve ser vultoso. "Um dos candidatos à Presidência falou em quatro milhões de unidades. É óbvio que os outros candidatos não poderão falar em pouca coisa", apontou.
A expectativa do setor é que a terceira fase contemple outras necessidades apontadas em interlocuções com o governo. "Estamos insistindo muito no aspecto de revitalizações de centros urbanos. Na mesma linha, também os lotes. Imagino que as comunidades planejadas sejam um dos pontos-chave a serem utilizados no MCMV 3", afirmou José Carlos Martins, vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
O custo crescente das glebas, de acordo com Cavalcante, só pode ser enfrentado no MCMV se houver incentivos ao desenvolvimento urbano. "É preciso criar uma modelagem para tornar mais baratos os lotes".
Segundo Fernando Magesty Silveira, consultor da vice-presidência de habitação da Caixa Econômica Federal, os ajustes que têm sido feitos no MCMV enfocam a calibragem do subsídio oferecido às faixas intermediárias do programa. "Eu não arriscaria [apontar a meta da terceira fase] porque ainda não tenho números para dizer. As discussões que estão ocorrendo são exatamente para dimensionar isso. Mas a certeza é de que o programa continua e continua com força. E ele virá remodelado, virá de uma forma reestruturada", conclui Silveira.