O Sindicato da Indústria da Construção de Minas Gerais (SindusCon-MG) divulgou na última quarta-feira (6), durante a Feira Internacional da Construção Construir Minas (Minascon), o levantamento "O desempenho da Construção Civil nas duas décadas do Plano Real e desempenho recente", que reúne dados sobre o desenvolvimento do setor da construção civil nos últimos 20 anos considerando a estabilidade econômica conquistada com o Plano Real.
A pesquisa revela que o crescimento do setor na última década foi de 52,10%, o que representa um crescimento médio anual de 4,28%. Considerando os últimos 20 anos, o avanço médio anual foi de 2,82%. Entre 1994 e 2013, a construção civil brasileira cresceu 74,25%, sendo que o auge do desenvolvimento neste período foi registrado no ano de 2010, quando o PIB brasileiro da construção civil teve alta de 11,6%.
Em relação à taxa de desemprego na construção civil do país, o estudo mostra que o desemprego sofreu redução expressiva: passou de 8,9% em abril de 2003 para 2,5% em abril de 2014.
O crescimento do consumo de cimento no Brasil também foi analisado pela pesquisa, que constatou que o consumo do material passou de 25,3 milhões de toneladas por ano em 1994 para 70,9 milhões em 2013. A quantidade equivale ao crescimento de 180,33% do consumo no período de quase vinte anos.
Para reforçar que o crescimento da construção foi maior na última década, a pesquisa ainda apresenta dados relativos ao financiamento de imóveis com recursos da caderneta de poupança: de 1994 a 2013 foram financiadas 3.318 milhões de unidades, sendo que 2.924 milhões foram financiadas só na última década, o que corresponde a 88,13% do total.
Como razões para o crescimento avançado entre 2004 e 2013, foram apontados o aumento do emprego formal, o crescimento da renda familiar, maior concorrência entre instituições financeiras, maior oferta de crédito imobiliário, redução nas taxas de juros e os programas de incentivo como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida (PMCMV).
Apesar da redução das atividades da construção civil nos últimos dois anos, causada, segundo a pesquisa, pela elevação da inflação e a baixa confiança de empresários e investidores, as perspectivas do setor são positivas. "Nós esperamos mudanças e políticas mais definitivas para o ambiente macroeconômico, de forma que as pessoas possam voltar a investir. E que haja mais investimento em infraestrutura e bens duráveis", afirma o presidente da Câmara da Indústria da Construção e vice-presidente da Fiemg, Teodomiro Diniz Camargos.