Após divulgar o balanço sobre os recursos liberados em 2014, que totalizaram R$ 187,8 bilhões, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta semana que o volume de investimentos gerais em 2015 chegará a R$ 170 bilhões. De acordo com o superintendente da área de infraestrutura do banco, Nelson Siffert, os recursos para infraestrutura, que no ano passado foram de R$ 68,9 bilhões, continuarão no mesmo patamar, representando cerca de 40% do orçamento geral.
O objetivo do banco, segundo Siffert, é não depender do suporte financeiro do Tesouro Nacional e estimular uma participação crescente do mercado de capitais no financiamento ao setor produtivo, por meio de emissão de debêntures. "O BNDES, não tendo orçamento que possa crescer de forma elástica, é fundamental que o mercado de capitais se some ao esforço do banco de financiar infraestrutura".
No primeiro trimestre de 2015, os desembolsos liberados para energia e logística, que compõem o segmento de infraestrutura, cresceram 10% em relação ao mesmo período do ano passado. O avanço está, de acordo com o executivo, "em linha com a projeção do banco de crescimento anual em torno de 10%".
Com o objetivo de estimular a construção de um mercado privado de financiamento de longo prazo para os projetos de infraestrutura no Brasil, o BNDES selecionou o consórcio composto pelos Bancos Bradesco BBI e BTG Pactual para coordenar e estruturar a Oferta Pública de quotas de Fundo de Investimento com lastro em debêntures de infraestrutura de sua carteira.
Com gestão e administração a cargo da Caixa Econômica Federal, que também integra o consórcio selecionado, o fundo será composto por debêntures de projetos de infraestrutura enquadradas na Lei nº 12.431 e terá isenção fiscal para investidores pessoas físicas.
A carteira de infraestrutura do BNDES engloba hoje 399 projetos, com financiamentos de R$ 199,6 bilhões, que representam investimentos de R$ 362 bilhões.