As pequenas obras e reparos feitos em casas e apartamentos aumentaram a demanda por materiais de construção para acabamento, como tintas e azulejos, o que fará a produção desses insumos registrar o primeiro crescimento após quatro anos de queda. Sem a retomada das obras de infraestrutura e os novos empreendimentos imobiliários ainda patinando, será essa "construção formiguinha" que salvará o setor este ano. Estudo do banco Santander mostra que a alta na produção será de 8%, após queda de 3,3% no ano passado. O maior tombo do período foi em 2015, com recuo de 12,5% na produção desses itens.
"A produção industrial do setor se recupera pela venda de materiais de construção para reforma e reparos e, em menor magnitude, os lançamentos. Esse é o último setor industrial a mostrar uma recuperação", afirmou Rodolfo Morgado, economista do banco Santander.
Pelos dados do IBGE, todos os segmentos industriais apresentaram alta no ano passado, sendo que o que se recuperou com mais força foi o de bens duráveis. Isso fez a produção industrial crescer 2,5% no ano passado. Agora, com a continuidade da retomada econômica, que chega aos poucos ao setor de construção, a alta deve chegar a 4,7% neste ano.
Nesse processo, as vendas se recuperaram primeiro. A alta foi de 9,2% em 2017, mas como os estoques estavam altos, a produção demorou mais a retomar. A justificativa para o melhor desempenho de materiais de construção são os juros mais baixos, inflação sob controle e aumento do emprego.
Fonte: Jornal do Comércio