Depois de anos seguidos de marasmo, o setor de construção civil, um dos mais afetados pela crise econômica, dá sinais de animação. A Sondagem da Indústria da Construção, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que o índice de intenção de investimento do setor subiu 2,3 pontos de novembro para dezembro, alcançando 34,8 pontos, o segundo maior patamar desde fevereiro de 2015, superando a média histórica (33,6 pontos).
Há, pois, uma disposição clara dos empresários do setor de retomar os investimentos, seja respondendo a uma maior demanda na área habitacional, seja em obras públicas, em razão da expectativa de uma recuperação mais consistente da economia a partir de 2019. Se isso ocorrer, o setor da construção civil poderá alavancar novamente os níveis de emprego, não apenas na atividade-fim, mas também no setor de material de construção, que também amarga um período adverso, e em serviços técnicos diretamente ligados.
Como registra a CNI, todos os indicadores de expectativas da indústria em geral subiram, situando-se acima de 50 pontos, mostrando que o setor espera uma aceleração do ritmo de atividade de agora em diante. Em particular, o Índice de Confiança dos Empresários da Indústria e Construção (Icei-Construção) alcançou 62,3 pontos em dezembro, ficando 9,3 pontos acima da média histórica (53 pontos).
“A confiança cresce porque os empresários acreditam na aprovação de medidas estruturais que vão estimular a atividade econômica”, afirma a economista Dea Fioravane, da CNI. “Mas o otimismo contrasta com os indicadores de produção, que permanecem em níveis baixos”, adverte ela.
De fato, o índice de atividade da construção civil recuou para 45,6 pontos em novembro em comparação com outubro e o indicador de número de empregados recuou para 43,2 pontos no mesmo período. Ambos, portanto, estão abaixo da linha divisória de 50 pontos, que separa uma situação favorável de uma desfavorável.
Esses dados se refletem no nível de utilização da capacidade operacional pelas empresas do setor, que caiu 3 pontos em novembro em relação a outubro, não passando de 56%. Isso quer dizer que praticamente a metade do pessoal e das máquinas e equipamentos utilizados pela construção civil permanece atualmente ociosa.