Segundo a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação das obras de infraestrutura no valor da atividade da construção civil em 2017 foi de 32,2%, queda de 15,2 pontos percentuais em relação a 2008 (47,4%).
No mesmo período, a construção de edifícios passou a ser o segmento mais representativo no setor, crescendo de 37,2% para 45,8%. Os serviços especializados ficaram em terceiro lugar, também com aumento na participação, passando de 15,4% para 22,0%.
O setor público perdeu representatividade como cliente da indústria da construção, com redução de 11 pontos percentuais na geração do valor de obras, caindo de 42,7% em 2008 para 31,7% em 2017. O segmento de obras de infraestrutura, que historicamente possui uma participação pública maior que a dos demais, teve a maior perda no setor público, caindo de 60,3% para 52,4%, na mesma base de comparação. A construção de edifícios recuou de 27,2% para 20,7% e os serviços especializados em construção apresentaram uma ligeira queda de 23,4% para 21,7%.
O valor total gerado por incorporações, obras e serviços da construção civil em 2017 foi de R$ 280 bilhões. Desse montante, R$ 128,1 bilhões foram movimentados em construção de edifícios, R$ 90,3 bilhões em obras de infraestrutura e R$ 61,6 bilhões em serviços especializados da construção.
Em 2017, o setor englobou 126,3 mil empresas ativas, onde trabalharam cerca de 1,91 milhão de pessoas, sendo 37,1% na construção de edifícios, 35% em serviços especializados, e 27,9% nas obras de infraestrutura. O gasto com remunerações chegou a R$ 53,5 bilhões. A média de pessoal ocupado por empresa caiu, entre 2008 e 2017, de 32 para 15 pessoas, e o salário médio mensal passou de 2,7 para 2,3 salários mínimos.
Na média de pessoal ocupado, todos os segmentos tiveram queda. O segmento que mais perdeu participação foi de obras de infraestrutura. O porte médio caiu de 93 para 42, entre 2008 e 2017, e a média salarial foi de 3,5 para 2,9 salários mínimos, no mesmo período.
O item que mais gerou custos e despesas na atividade de construção, em 2017, foi o referente aos gastos de pessoal (de 29,2%, em 2008, para 33,8%, em 2017). O consumo de materiais de construção recuou de 26,6% para 22,0%, e o índice de obras e/ou serviços contratados passou de 10,7% para 9,1%.
Obras residenciais foi o grupo de produtos e/ou serviços, oferecidos por empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, com maior participação no valor de incorporações, obras e serviços da construção, em 2017, com percentual de 24,3%. Em segundo lugar está a construção de rodovias, ferrovias e obras urbanas (18,8%), seguida de serviços especializados para construção (18,0%).