O setor de cimentos finaliza 2019 com resultados positivos nas vendas. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), a comercialização do material no Brasil, em dezembro, atingiu quatro milhões de toneladas, um crescimento de 1,6% em relação ao mesmo mês de 2018, totalizando 54,5 milhões de toneladas de cimento vendidas, um aumento de 3,5% sobre o ano anterior, quebrando uma sequência de queda verificada desde 2014.
Na análise regional, observa-se redução de 1,6% das vendas da região Norte em relação a 2018, decorrente do deslocamento da produção para o Nordeste e Centro-Oeste. Os resultados no Sudeste elevaram-se 3,6%, principalmente pelo desempenho no Estado de São Paulo, que tem 50% de seu consumo com origem em outros Estados, principalmente Minas Gerais.
Apesar do resultado positivo, a capacidade ociosa ainda é de, aproximadamente, 45%. As vendas por dia útil aumentaram 2,7% em relação a 2018 e o consumo aparente em dezembro, que corresponde às vendas internas somadas as importações, totalizaram 4 milhões de toneladas, uma alta de 1,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior. No ano, o crescimento foi de 3,3%.
O presidente da entidade, Paulo Camillo Penna, vê a melhora no ambiente macroeconômico e a retomada do mercado imobiliário como os principais fatores deste crescimento. “O índice de confiança da construção civil apurado pela Fundação Getulio Vargas está crescendo desde junho e alcançou, em dezembro, o maior patamar desde 2014, sinalizando um crescimento sustentável do setor”, afirma.
O destaque, segundo o executivo, foi o segmento residencial, com aumento de 38% do número de unidades financiadas no acumulado até novembro e de 17%, nos lançamentos residenciais, até setembro, em especial imóveis voltados para as classes média e alta. “Tivemos uma efetiva redução da taxa de juros de crédito imobiliário e a introdução do novo funding, que utiliza juros pré-fixados acrescidos da variação do IPCA, barateando as linhas de financiamento. Há grande expectativa quanto ao lançamento de uma nova modalidade de crédito imobiliário da Caixa Econômica sem a correção” comentou.
As boas perspectivas continuam em 2020, mas entende-se que as melhorias ocorrerão aos poucos. “A crise foi forte, a indústria perdeu mais de 25% da produção e mais de 20 unidades foram fechadas no período. Portanto, a recuperação será gradual e dependerá da manutenção do crescimento imobiliário, ambiente macroeconômico favorável e da retomada dos investimentos em infraestrutura”, analisa Penna.