De acordo com dados apurados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), no primeiro trimestre, a produtividade do trabalho na indústria de transformação brasileira caiu 2,8% ante o quarto trimestre de 2019, na série livre de efeitos sazonais. O desempenho é resultado da deterioração econômica diante da pandemia de coronavírus. Com esse resultado, no primeiro trimestre, a queda chegou a 3% frente ao quarto trimestre de do ano passado.
Essa é a segunda maior desaceleração do indicador desde o segundo trimestre de 2018, quando recuou 3,3%, em razão da paralisação dos caminhoneiros em maio daquele ano. A produtividade é a razão entre o volume produzido e a quantidade de horas trabalhadas na produção.
Na análise da entidade, para o segundo trimestre deste ano, a produtividade do trabalho deve continuar a cair, mas o ritmo de queda deve ser menor. Em abril, os efeitos da pandemia sobre o emprego devem ser mais intensos que o observado em março, em ritmo mais próximo ao da forte queda da atividade industrial.
Para os próximos meses, as expectativas são de queda intensa da produção e do emprego. A CNI destaca que, entraram em vigor, em abril, medidas do governo que flexibilizam as regras para adiantamento de férias, redução de salário e jornada e suspensão do contrato de trabalho, entre outras para proteger o emprego e a renda na crise. Dessa forma, as horas trabalhadas na produção também tendem a cair como resultado dessas medidas.