A pesquisa Produtividade na indústria, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que produtividade do trabalho na indústria de transformação brasileira recuou 0,6% em 2020 em comparação ao ano anterior.
Esse indicador representa o volume produzido pelas fábricas dividido pelas horas trabalhadas na produção. O estudo revela que houve queda de 4,6% do volume de bens produzidos, acompanhada de redução de 4,1% das horas trabalhadas.
Samantha Cunha, economista da CNI, observa que é importante entender que essa queda é conjuntural, provocada pelos efeitos da pandemia de coronavírus na economia. “Ela reflete mudanças no ritmo de produção pelas empresas e de esforço dos trabalhadores, para fazer frente à queda da demanda. Para 2021, as perspectivas são melhores, em razão do início da vacinação da população, mas as incertezas permanecem elevadas”, explica.
De acordo com a Confederação, a produtividade do trabalho não apresentava queda desde 2014, quando recuou 0,3%. No último trimestre de 2020, ficou praticamente estagnada (0,4%), o que reflete alta de 7,1% do volume produzido, acompanhada de aumento de 6,8% das horas trabalhadas.
Samantha frisa que, vale ressaltar, antes de 2020, já se observava a desaceleração da produtividade na indústria, diante da retomada lenta do investimento após a recessão de 2015- 2016. “A produtividade importa, pois é o principal fator para o crescimento sustentado no longo prazo e aumento do padrão de vida da população. Os ganhos de produtividade se tornam ainda mais importantes, devido às transformações demográficas pelas quais estamos passando, com aumento da proporção dos mais idosos e redução da população em idade ativa”, afirma.