O Índice de Confiança da Indústria (ICI), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), recuou 3,7 pontos em março, para 104,2 pontos, menor nível desde agosto de 2020 (98,7 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 3,6 pontos.
Claudia Perdigão, economista da entidade, explica que a queda vem sendo influenciada pelo aumento do pessimismo em relação aos próximos meses. “As perspectivas de redução da produção estão diretamente relacionadas à uma percepção de diminuição da demanda atual e de dificuldades previstas para os negócios nos próximos meses diante do recrudescimento da pandemia. As medidas mais restritivas para contenção do Covid-19 em várias cidades e Estados, a lentidão do processo de vacinação e o período de interrupção dos benefícios emergenciais já afetam segmentos relevantes na indústria brasileira como o de alimentos, que também vem apresentando dificuldades com falta de matérias-primas e elevação dos custos levando a confiança ao menor desde maio de 2020”, explica.
No mês, 11 dos 19 segmentos industriais pesquisados registraram retração da confiança. A pesquisa mostra que o resultado negativo do mês ocorre influenciado por uma piora na satisfação dos empresários em relação à situação atual e redução do otimismo em relação as perspectivas para os próximos três e seis meses.
Nesse cenário, o Índice de Situação Atual (ISA) caiu 3,5 pontos para 111,4 pontos, menor nível desde setembro de 2020 (107,3 pontos), enquanto o Índice de Expectativas (IE) diminuiu 3,8 pontos para 97,1, menor nível desde julho de 2020 (90,5 pontos).
O indicador que mede o nível de estoques recuou 5,2 pontos para 118,2 ponto considerando a piora da situação corrente dos negócios, cujo indicador caiu 2,8 pontos para 106,2 pontos, menor nível desde agosto de 2020 (99,1 pontos).
Dos indicadores que compõem o IE, a produção externa prevista para os próximos três meses foi o que mais contribuiu para a desaceleração da confiança em março ao cair 5,2 pontos para 86,2 pontos, menor patamar desde junho de 2020 (82,9).
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada, por sua vez, cedeu 0,8 ponto percentual, para 78,3%, retornando a patamar próximo ao de setembro de 2020 (78,2%).