Em março, pela primeira vez desde o começo da pandemia de coronavírus, o varejo de material de construção operou com restrições. Embora asseguradas como atividade essencial, em algumas partes do País, a exemplo do Estado de São Paulo, as lojas limitaram o atendimento ao delivery e ao drive-thru.
Após os impactos negativos das medidas restritivas daquele mês, em abril, o desempenho do comércio varejista melhorou. De acordo com dados apurados pelo Termômetro Anamaco, pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), no período, o percentual de revendedores que apontou queda nas vendas foi de 25% contra 32% em março.
Já a parcela dos que assinalaram alta passou de 28% para 30% no mesmo período. Com isso, as indicações de crescimento voltaram a superar as de queda, revertendo o cenário de março, quando as assinalações pessimistas tinham superado as otimistas em cinco pontos percentuais. Nesse cenário, dentre as linhas de produtos em destaque, as mais citadas foram produtos básicos, tintas e revestimentos cerâmicos.
O levantamento aponta, ainda, que o maior alívio em abril foi sentido nos pequenos estabelecimentos. Assim, nas lojas com até quatro funcionários, as indicações de queda nas vendas passaram de 42% para 27% entre março e abril e as de alta elevaram-se de 18% para 28% no mesmo período. Na avaliação das entidades, isso se deveu ao fato de que os pequenos varejistas têm maiores dificuldades para realizar vendas por sistemas como drive-thru e e-commerce.
Já as lojas com mais de 50 empregados, o percentual de crescimento retraiu de 50% para 41% entre março e abril. Nos home centers (estabelecimentos com mais de 99 funcionários) essa reversão foi ainda mais forte e as assinalações de crescimento das vendas caíram de 56% para 34% no mesmo período.
Quando o estudo considera as regiões do País, a avaliação dos varejistas sobre as vendas em abril variou bastante. No Centro-Oeste, as assinalações de alta passaram de 22% para 38% frente a março. Já no Sudeste ocorreu movimento contrário e o indicador baixou de 29% para 25%, situação também registrada no Norte, onde as respostas otimistas recuaram de 33% para 26%. Mas a percepção sobre as vendas no mês também avançou no Sul (de 32% para 37%) e Nordeste (de 23% para 32%).
A pesquisa também levantou as expectativas do setor quanto às vendas nos próximos três meses e apurou que apresentaram melhora significativa, possivelmente impulsionadas pela combinação do pagamento do novo auxílio emergencial com o avanço - ainda que lento - da vacinação contra a Covid-19. Entre março e abril, as assinalações de crescimento passaram de 39% para 50% enquanto as expectativas de queda cederam de 18% para apenas 9%.
As regiões mais otimistas quanto ao futuro das vendas foram Norte (72% de indicações de crescimento) e Centro-Oeste (65%). Expectativas de alta foram apontadas por apenas 43% dos entrevistados no Sudeste, 47% no Sul e 57% no Nordeste.
O levantamento revelou, ainda, que o otimismo com relação às ações do governo nos próximos 12 meses apresentou melhora. As assinalações positivas passaram de 49% para 53% entre março e abril.